Cidade abandonada devido à atividade da Braskem: o que aconteceu em Maceió?



Entenda como a mineração da Braskem causou o abandono de bairros inteiros em Maceió

A capital alagoana, Maceió, vive uma crise ambiental e urbana sem precedentes, causada por décadas de extração de sal-gema pela empresa Braskem. O que antes era um problema subterrâneo tornou-se uma tragédia visível, resultando no afundamento do solo e no abandono forçado de bairros inteiros, afetando milhares de famílias.

O que é a Braskem e o que ela fazia em Maceió?

A Braskem é uma das maiores petroquímicas da América Latina e, por décadas, explorou minas subterrâneas de sal-gema na região do bairro do Pinheiro, em Maceió. Esse sal-gema é utilizado na produção de soda cáustica e PVC, matérias-primas fundamentais para a indústria química e plástica.

A mineração era feita por meio de poços cavados a grandes profundidades. No entanto, essa exploração provocou instabilidade no subsolo, o que levou a uma série de rachaduras, tremores e afundamentos.

Quais bairros foram abandonados?

Os principais bairros afetados em Maceió são:

  • Pinheiro

  • Mutange

  • Bebedouro

  • Bom Parto

  • Farol (em menor grau)


Essas regiões apresentaram afundamentos no solo, com riscos reais de colapsos. A Defesa Civil decretou a evacuação obrigatória de milhares de residências, com indenizações pagas pela Braskem.

Estima-se que mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Muitos perderam não apenas seus imóveis, mas também suas histórias, laços sociais e meios de subsistência.



O impacto humano e ambiental

Além do drama pessoal de quem perdeu sua casa, a tragédia causou impacto ambiental severo. Áreas verdes desapareceram, ruas foram interditadas, escolas e hospitais precisaram ser desativados, e a economia local foi profundamente afetada.

O caso é comparado a uma catástrofe urbana, com cenas de bairros fantasmas, onde restaram apenas imóveis vazios e ruas desertas.

A Braskem foi responsabilizada?

Sim. Após estudos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Defesa Civil, ficou comprovado que a atividade da Braskem foi responsável pelo afundamento do solo. A empresa aceitou acordos com o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública para indenizar moradores e arcar com os custos da desocupação.

Em 2023, o governo federal e a Justiça reforçaram a necessidade de monitoramento constante, já que há risco de colapsos maiores, inclusive com a possibilidade de formação de crateras nos pontos mais críticos.

Como está a situação hoje?

Atualmente, os bairros afetados continuam interditados, e a cidade ainda tenta se recuperar. Alguns moradores conseguiram novas casas ou indenizações, mas muitos alegam que os valores não são suficientes para compensar suas perdas.




O solo em áreas como o Mutange segue em monitoramento constante. O que restou são imagens chocantes de uma cidade partida ao meio, com bairros fantasmas ao lado de regiões ainda habitadas.

O que podemos aprender com Maceió?

O caso da Braskem em Maceió serve como alerta para a importância do controle ambiental e da fiscalização sobre atividades de mineração urbana. A tragédia mostra como a busca por lucros sem responsabilidade pode destruir comunidades inteiras.

É essencial que empresas, governos e a sociedade civil se unam para garantir que situações como essa não se repitam em outras cidades brasileiras.








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